Pela primeira vez uma baleia-franca identificada no Brasil é avistada na área de alimentação próximo à Antártica.

Pela primeira vez uma baleia-franca identificada no Brasil é avistada na área de alimentação próximo à Antártica.

A avistagem foi de uma baleia-franca que nasceu em 2002 no Brasil, catalogada com o número B139-02, e reavistada mais duas vezes no país em 2005 e 2007 (ano em que foi avistada com seu primeiro filhote). Em janeiro de 2020 foi identificada nas águas geladas das Ilhas Geórgias do Sul, uma das áreas de alimentação das baleias-franca no Atlântico Sul. Segundo a pesquisadora Karina Groch, diretora de pesquisa do Projeto Franca Austral, “a  descoberta foi feita através da comparação de fotos aéreas do Catálogo Brasileiro de Fotoidentificação das Baleias-Franca, com fotos obtidas durante a expedição Braveheart, realizada em Janeiro de 2020 pela equipe do South Georgia Right Whale Project, coordenado pela pesquisadora Jennifer Jacskon da British Antartic Survey (Inglaterra), um projeto multinacional, que tem a colaboração de pesquisadores de vários países”. De acordo com Karina, esta é a primeira vez que uma baleia franca catalogada no Brasil é avistada em uma área de alimentação da espécie já que aqui no Brasil as baleias-franca não se alimentam. 

O catálogo brasileiro contém cerca de 1000 baleias-francas identificadas. As fotos do Brasil foram comparadas com 17 baleias catalogadas nas Ilhas Geórgias do Sul por meio de fotografias aéreas. Expedições de pesquisa nas Ilhas Geórgias do Sul são muito onerosas e difíceis de fazer por ser uma área remota, com condições climáticas adversas na maior parte do tempo. Assim, encontrar baleias naquela área, bem como obter imagens aéreas se torna bastante raro, as imagens aéreas são possíveis somente com o uso de drones, como foi o caso das baleias fotografadas na expedição. Assim, obter uma coincidência foi considerada um aspecto de sorte por parte da coordenadora do South Georgia Right Whale Project, Jennifer Jackson. Além do catalogo do Brasil, as fotos das Geórgias do Sul foram comparadas com catálogos da Argentina, Uruguai e África do Sul, e a baleia do Brasil B139-02 foi a única coincidência encontrada.

Saber onde a baleia-franca se alimenta é um fator muito importante para as nossas pesquisas. A espécie só vem para a costa brasileira ter seu filhote se estiver bem alimentada. Com o patrocínio da Petrobras, em 2020 o Projeto Franca Austral, o ProFRANCA, iniciou uma nova linha de pesquisa para entender mais sobre as áreas de alimentação dos indivíduos que vêm para nossa região. Através de saídas embarcadas, são coletadas amostra de pele das baleias, a partir das quais poderão ser obtidas mais informações sobre a ecologia trófica da espécie, ou seja, sobre as áreas de alimentação das baleias que vem para o Brasil. 

Nesta semana a equipe do South Georgia Right Whale Project compartilhou em um seminário online os resultados científicos e as descobertas obtidos em 3 anos desta pesquisa que é inédita. Mais informações podem ser obtidas pelo site e redes sociais do Projeto  https://www.bas.ac.uk/project/south-georgia-right-whale-project/https://www.facebook.com/SGwhale/


ProFRANCA – Projeto Franca Austral – é realizado pelo Instituto Australis e conta com patrocínio Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental

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